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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

RICARDO OLIVEIRA, CAMPEÃO DO CIN 2014 EM ENTREVISTA

Vencedor absoluto do Campeonato Inter Municípios Norte em 2014, Ricardo Oliveira vai este ano dar continuidade à sua participação nesta competição, mas para o piloto da Maia, 2015 será também um ano de novas experiências, estando em estudo um programa desportivo que deverá incluir alguns ralis de terra.
Em entrevista, o piloto do Mitsubishi Lancer Evo 6 resume-nos um pouco daquilo que foi a época passada abordando algumas questões pertinentes nos ralis sprint, e revela-nos os seus planos para a presente época.
Em 2014 alcançaste o título de Campeão Absoluto no CIN, um resultado que certamente vos deixou muito satisfeitos. Que balanço podes fazer da época?
2014 foi um ano quase perfeito, era nossa intenção participar em apenas 4/5 provas do CIN como forma de avaliar a nossa performance e competitividade. O arranque do campeonato não foi da melhor forma pois acabámos por desistir ainda na véspera do Rali Coração d’Ouro, quando o Mitsubishi nos apresentou um problema mecânico que nos fez preferir a sua resolução antecipada em detrimento da nossa participação no primeiro rali da temporada. Após a resolução do problema, decidimos participar no rali de Vilarandelo como teste, algo que não estaria no nosso programa inicial. Os bons resultados que entretanto foram surgindo motivaram a equipa e os patrocinadores a participar na totalidade do CIN 2014. A conquista do campeonato foi naturalmente a 'cereja em cima do bolo' num ano onde todos trabalharam para que fosse possível competir no campeonato completo. Mais do que o resultado obtido, fica-nos a ideia de um ano bastante produtivo no processo de evolução da competitividade e capacidade de trabalho.

À margem desportiva, e apesar do sucesso que tem pautado o CIN nos últimos anos, 2014 ficou marcado por diversos acontecimentos que fizeram (e ainda fazem) correr muita tinta. Que análise fazes a toda esta situação? Na tua opinião, o que poderia/deveria mudar?
O Campeonato Inter Municípios Norte segue uma ideia que nos agrada no que diz respeito à estrutura e organização dos ralis sprint. Provas mais acessíveis, com pouca quilometragem e a aproximação ao público parece-nos uma aposta ganha na divulgação da modalidade. A fórmula de sucesso do CIN tem, infelizmente, vindo a ser marcada por acontecimentos menos bons. A minha sugestão para 2015 parte pela consciencialização dos pilotos, das equipas, do público e elementos organizativos. 
No que aos pilotos diz respeito, a segurança não pode ser descartada. Decerto que a obrigatoriedade dos elementos de segurança como exemplo do hans, pode ser um 'rombo' no orçamento anual e muito provavelmente algo exagerado no actual panorama mas torna-se um aliado quando o assunto é a alta velocidade. 
Neste mesmo aspecto, as organizações devem estudar os percursos com a consciência que este campeonato é muitas vezes a porta de entrada nos ralis e que por isso mesmo há a probabilidade da participação de pilotos menos experientes. A boa escolha do traçado com a possível inclusão de chicanes de modo a baixar as médias de velocidade nas pec’s antevê à partida uma menor probabilidade de problemas graves em caso de despiste. 
Um aspecto que me preocupa (apesar da responsabilidade ser das equipas) prende-se pelo aval dado à participação de veículos exageradamente alterados quanto à sua estrutura original. Ou seja, veículos de chassis tubular, mecânicas de altas cilindradas em carroçarias de citadinos aumenta a probabilidade de algo correr mal. Mesmo sendo rali sprint, estas provas são baseadas em ralis, o que normalmente inclui as ligações em estrada aberta ao público entre pec’s, penso que este tipo de veículos pode por em causa a segurança da população onde o rali se disputa. Em competição, durante a especial, a montagem artesanal destas viaturas traz um aumento dos riscos tanto para o participante como para o público. 
O promotor Team Baia sempre nos recebeu de forma cordial e com uma grande simpatia, algo que retribuo de forma sincera e que me deixa com a vontade de inverter a imagem negativa deixada em 2014 junto da comunicação social e elementos federativos. O CIN é e poderá ser ainda mais o campeonato de referência nos ralis sprint em Portugal, a estrutura é a melhor no nosso país e pode ainda melhorar. 

E para 2015 quais serão os planos da equipa?
Para a época de 2015 pretendo continuar a evolução de aprendizagem. Quero fazer algumas provas do CIN e tentar a incursão nos pisos de terra, piso onde nunca competimos. A escolha das provas ainda não está definida mas deverá incluir algumas provas do CIN e provavelmente algumas do Campeonato FPAK Norte.

Será um ano de consolidação para vós, mas também um ano de novas experiências. Com que ambições e objectivos encaras esta nova época?
Nesta nova época a equipa pretende continuar o processo de aprendizagem conforme referido anteriormente. No entanto aguardamos a publicação (demasiado tardia) dos regulamentos gerais por parte da federação de forma a podermos avaliar quais os objectivos a que nos podemos propor com o budget disponível e com os interesses dos nossos patrocinadores.

Porquê renovar a aposta no CIN?
O CIN é um campeonato bem pensado e perfeitamente integrado no panorama nacional. Os custos mais baixos tornam-no apetecível aos pilotos que se querem iniciar na modalidade ou correm pelo simples gozo e paixão pelos automóveis. Uma das vantagens do CIN está no seu promotor (Team Baia). O Team Baia faz com que seja mais simples a comunicação entre pilotos e organizadores, algo importante que maior parte das vezes não se consegue num outro campeonato. As zonas dos ralis, a proximidade com o público, a boa receptividade de todos os elementos das equipas, o espírito de camaradagem e entre ajuda são mais-valias que diferem as provas do Team Baia de muitos outros ralis.

Obviamente, os apoios são parte imprescindível para a concretização deste projecto. Com que meios poderás contar para esta época?
Este ano a equipa será a mesma que competiu em 2014. A preferência continuará a ser o Mitsubishi Lancer Evo VI navegado por Nuno Oliveira. A preparação continuará a cargo de J.Magalhães e a logística será da responsabilidade da M.C.M.V. Tal como em provas anteriores, a família, os amigos e os patrocinadores assumem um papel fundamental na viabilidade do nosso projecto desportivo. A todos eles aproveito desde já para agradecer por todo o apoio. Por fim desejo também a todos os elementos do Team Baia a continuação de um bom trabalho em prol da modalidade, deixando uma palavra de mérito por tornar um campeonato uma reunião de amigos com espírito competitivo saudável entre concorrentes.

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