A FPAK irá avaliar nos próximos dias a possibilidade de organizar um campeonato para viaturas sem homologação, uma solução que poderá permitir a que inúmeros carros parados possam regressar às pistas.
Nos próximos dias irá dar entrada na entidade federativa um projecto criado por Fábio Santos, um jovem adepto de automobilismo que pretende dar os seu contributo à velocidade nacional, direccionado para os carros dos anos 80 e 90 que continuam em Portugal, mas permanecem sem espaço para competir, uma vez que não existem competições onde possam ser integrados.
Caso este projecto siga em frente, poderemos assistir ao regresso às pistas de carros como os Ford Sierra RS 500 (Grupo A), BMW M3 E30 (Grupo A), Citroën AX (ex-troféu), BMW 320is (ex-troféu), BMW M3 E36 (ex-troféu), Renault Clio (ex-troféu), etc.
Bernardo Sá Nogueira considera que este é um bom passo para o futuro, mas é da opinião de que se deveria ir mais além. ”Penso que será um bom passo, mas eu ia um pouco mais além. Julgo que nós, em Portugal, estamos no fundo do poço e é preciso recomeçar tudo do zero. Eu juntava tudo no mesmo campeonato, carros não homologado e carros actuais, desde o Audi R8 até ao FIAT Punto. As corridas deveriam ser estruturadas em classes e as classes mais numerosas deveriam dar os títulos absolutos. Isto poderia obter-se através de um coeficiente com base no número de carros de cada classe. Por exemplo, se um piloto terminasse no quinto lugar da geral e tivesse dez carros na sua classe, veria os pontos referentes ao seu resultado multiplicados por dez. Se o vencedor corresse sozinho na sua classe, teria apenas os pontos relativos ao primeiro lugar. Penso que desta forma, poderíamos ter grelhas numerosas e, ao longo dos anos, iria existir uma selecção natural entre as classes, o que permitiria que vingasse aquela que estivesse de acordo com a nossa realidade”, afirmou ao SportMotores.com o piloto de Santarém.
Francisco Sande e Castro, ex-piloto e o homem por detrás da Sande e Castro Sport, reconhece que esta é uma boa ideia para a velocidade, mas não acredita que a FPAK a possa colocar em prática de uma forma efectiva e bem-sucedida. ”Infelizmente, não tenho grandes esperanças, dado que é difícil trabalhar com esta federação, uma vez que não dialoga – nem com pilotos, nem com equipas, nem com clubes. A ideia é óptima, mas a federação não vai consegui-lo fazer vingar, até porque já teve um campeonato assim e todos sabemos o que aconteceu”, sublinhou-nos o responsável pela equipa que no ano passado levou ao título do Open de Velocidade um Porsche 911.
No entanto, o jovem Fábio Santos acredita no seu projecto, que irá apresentar nos próximo dias à entidade federativa, estando a dinamizá-lo com a ajuda de uma página do Facebook (open velocidade 2011).
Jorge Girão (SportMotores)