No mínimo, impressionante, é o que se pode dizer da edição deste ano do Rali Cidade de Guimarães. A prova do Targa Clube foi um estrondoso sucesso quer na adesão de público, quer na competitividade com a incerteza quanto aos vencedores a durar até ao último metro. Pedro Meireles e Mário Castro bisaram no Nacional, vencendo pela margem mais curta de sempre numa prova do Nacional enquanto Nuno Cardoso e Telmo Campos se estrearam a vencer no Campeonato Norte depois de chegarem à liderança apenas no ultimo troço, num rali impróprio para cardíacos.
O Rali Cidade de Guimarães abria este ano com uma Super Especial nocturna, presenciada por vários milhares de espectadores que assistiram a um belo espectáculo, do qual Ricardo Moura acabaria por ser o mais rápido.
Mas o verdadeiro rali tinha início logo pela manhã do segundo dia de prova e começava com o ritmo avassalador de José Pedro Fontes e Inês Grancha, a bordo do novo Porsche da equipa. A dupla com as cores da Vodafone vencia os primeiros dois troços e colocava-se na frente do rali já com mais de 25 segundos de vantagem. Mas o domínio de Fontes iria terminar por aí. A segunda passagem por "Rota das Cutelarias" seria madrasta para o Porsche quando, numa das ultimas curvas do troço, Fontes não evitou um despiste que, embora ligeiro, levou a que a caixa de velocidades ficasse encravada não sendo possível à dupla continuar em prova.
Desta forma seria a dupla João Barros / Jorge Henriques a assumir a liderança mas a sua vantagem quase não lhe permitia respirar pois atrás de si seguiam Ricardo Moura e António Costa a pouco mais de 2 segundos e Pedro Meireles / Mário Castro colocavam-se no 3º posto a 3,6 segundos do líder.
Nesta altura, o actual líder do Campeonato Nacional vinha a aumentar o ritmo e apenas demorou 2 classificativas para ultrapassar Moura na classificação aproximando-se perigosamente de João Barros.
Para o piloto da Fribromade, o pior ainda estava para vir. Um problema no Ford Fiesta R5 levou à falha da direcção assistida, tendo Barros caído para o 3º posto no decorrer da pec 8. Nesta classificativa era a vez de Ricardo Moura responder aos adversários recuperando a posição a Pedro Meireles e, com o azar de Barros, Moura assumia a liderança do rali embora com uma diferença muito curta para Meireles, que ainda conseguiria aumentar na pec seguinte, partindo os pilotos para o ultimo troço do rali separados por 3,1 segundos.
Seriam então os cerca os 13,47 quilómetros da derradeira passagem pelo "Serra da Penha" a decidir o vencedor e Pedro Meireles e Mário Castro partiam decididos a recuperar o primeiro lugar, assumindo desde o início do troço um andamento muito forte e com muita concentração, a dupla do Skoda Fabia vencia mesmo a classificativa. Por seu lado, Ricardo Moura e António Costa entravam no troço sem os faróis suplementares ligados e não conseguiam segurar o andamento de Meireles que conseguia assim uma vitória "arrancada a ferros" estando agora isolado no comando do campeonato. João Barros e Jorge Henriques nada mais puderam fazer e terminaram o rali no 3º lugar obtendo os primeiros pontos no campeonato.
Adruzilo Lopes, navegado por Vasco Fereira, voltou a impôr-se no Grupo N levando o seu Subaru à 4ª posição na frente do melhor classificado nas 2 rodas motrizes, o espanhol Joan Vinyes, uma das figuras do rali fruto do seu fortíssimo e espectacular andamento ao volante do Suzuki Swift S1600 oficial.
Seguiram-se as duplas Carlos Martins / Pedro Peres; Diogo Salvi / Paulo Babo, prejudicados por um furo; Ricardo Teodósio / José Teixeira; Ricardo Marques / Paulo Marques, os melhores das 2 rodas motrizes nacionais, a colocarem o Peugeot 208 R2 no 9º lugar e Diogo Gago / Jorge Carvalho a encerrarem o Top 10.
Classificação final:
1º Pedro Meireles / Mário Castro - Skoda Fabia S2000 - 58m27,0s
2º Ricardo Moura / António Costa - Skoda Fabia S2000 - a 0,3s
3º João Barros / Jorge Henriques - Ford Fiesta R5 - a 26,1s
4º Adruzilo Lopes / Vasco Ferreira - Subaru Impreza R4 - a 1m16,7s
5º Joan Vinyes / Jordi Mercader - Suzuki Swift S1600 - 2m11,0s
NUNO CARDOSO HERDA VITÓRIA NO ÚLTIMO TROÇO
Na prova reservada ao Campeonato Norte de Ralis, a emoção também não faltou. Eduardo Veiga, acompanhado por Justino Reis no Ford Escort MKII cotava-se como o piloto mais rápido desde a primeira pec. Porém, apesar da dilatada vantagem que detinha, o piloto do Escort não iria além da terceira classificativa quando o alternador falhou, obrigando Veiga a abdicar do rali.
Fernando Peres colocava-se então na liderança vencendo os troços seguintes enquanto Nuno Cardoso, que seguia até então no 3º lugar atrás de Vitor Pascoal, conseguia ultrapassar o piloto de Amarante com estes dois a entrarem na última especial com 1,8 segundos de diferença. Pascoal revelava alguns problemas de adaptação do seu Mitsubishi aos troços da tarde perdendo dessa forma algum tempo.
A prova parecida estar dominada por Fernando Peres que, com quase 28 segundos de vantagem, tinha o rali controlado à entrada da ultima pec. No entanto, o piloto do Porto viria a sofrer um furo que lhe retirou todas as hipóteses de vencer, assumindo Nuno Cardoso e Telmo Campos a liderança e consequente vitória no rali. Para Peres, restava o segundo lugar final, resultado que permite ao piloto continuar na liderança do campeonato, agora seguido de perto por Nuno Cardoso.
Nas 2 rodas motrizes, José Rodrigues impôs o seu competitivo Honda Civic colocando-se na 4ª posição final, na frente de um fortíssimo João Ruivo a imprimir um andamento espectacular com o seu Peugeot 206 GTi.
Classificação final:
1º Nuno Cardoso / Telmo Campos - Mitsubishi lancer Evo VIII - 44m37,0s
1º Fernando Peres / Pedro Perez - Mitsubishi Lancer Evo VIII - 36,6s
3º Vitor Pascoal / Luís Ramalho - Mitsubishi Lancer Evo VII - a 54,4s
4º José Rodrigues / Nuno Lima - Honda Civic - a 1m05,3s
5º João Ruivo / António Magalhães - Peugeot 206 GTI - a 1m15,4s
Excelente reportagem!
ResponderEliminarObrigado!
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