Mais que uma corrida de automóveis, participar na Rampa da Falperra oferece um sabor especial aos que anualmente enfrentam o desafio. Os cerca de 5 quilómetros do traçado bracarense oferecem aos pilotos um turbilhão de emoções e de adrenalina incomparáveis que coloca à prova os limites da capacidade humana em conjugação com a máquina.
João Pedro Peixoto e Pedro Fins viveram um ano mais a Falperra por dentro representando as cores da cidade de Viana do Castelo de onde ambos são oriundos. Ao volante de máquinas míticas como o Mini ou o Lotus, os pilotos vianenses contam na primeira pessoa como é correr na Falperra. "Obviamente que para quem gosta de automóveis, participar na Falperra é sempre muito especial e quando em 2010 estreei o Mini, precisamente nesta Prova, foi o concretizar de um sonho" refere João Pedro Peixoto que afirma que "a principal vitória é o prazer de subir esta Rampa mítica e depois descer junto do público que nos acarinha como em mais nenhuma Rampa ou Circuito. É uma sensação única, uma festa. Sempre digo a alguns pilotos amigos que só fazendo esta Rampa é que se sabe o que é sentir realmente um público aficionado, que nos apoia desde o primeiro momento, quer se vá de Mini, de Sport-Protótipo ou de Ferrari."
Para Pedro Fins, falar da Rampa da Falperra é falar de emoções "Para mim tem um significado muito especial. Nasci em Braga, e tenho lá grande parte da minha familia, por isso comecei a acompanhar a Rampa da Falperra desde muito pequeno durante os anos em que o meu tio Adriano correu. O ambiente desta prova é simplesmente fantástico."
Quando questionado sobre como é levar o pequeno e emblemático Lotus Elan ao limite no traçado desta prova, Pedro Fins é peremptório nas suas palavras: "É emocionante! O carro é bastante leve. Tem uma relação peso/potência incrivel por isso, todas as travagens são feitas bastante tarde, e em algumas zonas chega-se às curvas mesmo muito rápido. A adrenalina sobe para se conseguir fazer um bom tempo, e também não existe qualquer margem para errar, o que torna qualquer rampa um desafio ainda maior."
Por seu lado, João Pedro Peixoto refere que pilotar o Mini nesta rampa é "uma sensação fantástica porque é um carro que me dá muito prazer conduzir". Para o piloto, que considera esta como a melhor Rampa do país, é preciso ter bastante alma para se conduzir nos limites mas o prazer de condução que o Mini proporciona aliado ao gosto pela pilotagem fazem esquecer todos os sustos: "Quando o verde acende, só vemos os asfalto e os rails e tentamos lembrar-nos de todos os pequenos pormenores que fazem a diferença, que no meu caso resultou num ganho de mais de 3 segundos desde os treinos até à última subida onde consegui o meu melhor tempo. É quase como se fosse uma “Power Stage”, mas sem navegador porque as notas estão na nossa cabeça. Não é fácil interiorizarmos que desde a chicane até à Curva da Morte é a fundo e que temos que fazê-lo sem qualquer reserva, mesmo se há alturas em que sentimos o carro quase a “flutuar”… E é interessante ver as fotografias depois da corrida, porque dentro do carro não temos a noção do quão perto passamos dos rails em algumas curvas! "
Para os pilotos, Falperra significa vitórias e ambos partiram para mais uma edição com o objectivo de repetir as vitórias de anos anteriores nas suas categorias. Segundo nos conta Pedro Fins "Acho que tive uma prestação Razoavel! Embora tenha ganho na minha classe, acho que na classificação geral dos clássicos poderia ter feito melhor. Foi tudo preparado muito em cima da hora, e as afinações que usei, bem como o rapor, são as que habitualmente utilizamos nos Circuitos. No entanto o principal objectivo foi cumprido, e mais uma vez diverti-me bastante, num fim de semana em que pela primeira vez tive a companhia das minhas duas primas, que também participaram na Rampa, inseridas no Troféu Abarth. Foi um fim de semana especial, com a familia, e alguns amigos também eles muito especiais." No final, o piloto do Lotus obtinha a vitória na Categoria 3 dos Históricos 71 sendo ainda o 3º classificado à geral na Categoria 3 dos Clássicos.
Por seu lado, João Pedro Peixoto sai da Falperra com bons motivos para sorrir: "A minha prestação na Falperra foi muito satisfatória, na medida em que fiz aquilo a que me propus: ganhar os Históricos 71 até 1.300 e classificar-me o melhor possível na Geral dos Clássicos 1.300 e na Geral dos Históricos 71. Como além da vitória fiquei em segundo lugar nestas duas categorias, não poderia estar mais satisfeito. Obviamente que os objectivos foram cumpridos porque além de ser impossível fazer melhor do que fiz, o carro veio para Viana sem qualquer arranhão e pronto para a próxima prova."
Pedro Fins e João Pedro Peixoto, dois pilotos vianenses a atingir o sucesso na mítica Falperra com a vontade de repetir.
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