O Rali Serras de Fafe, que abriu este ano as hostilidades no Nacional de Ralis foi uma prova de grande nível. 3 factores fundamentais contribuíram para a espectacularidade deste rali: um excelente lote de pilotos inscritos; o regresso dos S2000 ao panorama nacional e consequentemente, muito público presente. Esta junção de 3 factores contribuiu para que o Campeonato de Portugal de Ralis passasse a ser visto repentinamente como rejuvenescido, renascido e com um crescente interesse geral. Quem se deslocou a Fafe, certamente não deu o tempo por mal empregue, tendo assistido a um rali muito bem disputado, em troços excelentes onde não faltou muito espectáculo e onde até o tempo ajudou ao brindar o rali com o solarengo dia.
No entanto, olhando para o futuro, encontram-se mais dúvidas do que certezas. A mediatização em torno da primeira prova colocou a fasquia num elevado patamar no qual o CPR poderá não se aguentar. De facto, dos projectos presentes em Fafe, poucos têm garantida a continuidade. Os nomes de Pedro Meireles, Miguel Barbosa, Ricardo Moura ou Ivo Nogueira parecem, para já os projectos mais sólidos. No caso de Miguel Barbosa, embora não haja qualquer confirmação, acredita-se que possa mesmo evoluir para um mais competitivo S2000 por troca com o actual Mitsubishi, tal como Moura, que também poderá mudar de carro.
Porém, há neste momento ainda muitas incertezas. A começar pelo vencedor do Serras de Fafe, Bernardo Sousa afirma que não tem garantida a presença em mais nenhuma prova do campeonato. O piloto madeirense, que alinhou em Fafe com um Peugeot 207 S2000 despido de patrocinios refere que "a presença em Fafe serviu para demonstrar o profissionalismo e competitividade do projecto" e a vitória poderá ser um óptimo passo nas negociações com os patrcinadores. Apesar de assumir que gostava de lutar pelo título, Bernardo Sousa adianta que não tem neste momento garantida a presença em mais nenhuma prova, tendo agora cerca de 3 meses para tentar encaminhar o seu projecto.
Outro dos regressados ao CPR é Miguel Campos. A alinhar em Fafe com uma solução de recurso, um Mitsubishi Lancer Evo X, o piloto de Famalicão tenta nesta altura viabilizar a presença no restante campeonato ao volante de um Peugeot 207 S2000 mas não vai deixando de dizer que "Não há apoios e sem eles não é possível correr. Vou continuar a tentar tudo para estar presente nas próximas provas, mas de momento não tenho nada confirmado".
Já quanto a José Pedro Fontes, a participação em Fafe deverá ter sido mesmo a sua unica incursão pelos ralis. O piloto do Porto refere que a sua prioridade para este ano são os GT's e que a participação no rali da Demoporto serviu apenas para demonstrar o seu apoio e dar um contributo ao campeonato. Com o 4º lugar alcançado, Fontes não escondia a sua motivação: "Penso que não conseguiria fazer melhor do fiz nesta prova em Fafe e terminei na posição que esperava, provando que posso ser competitivo face a pilotos que estão mais ativos nos ralis do eu. Agora não sei se irei fazer mais algumas coisa nos ralis".
A estes nomes podem juntar-se outros já a partir das próximas provas, como os casos de Adruzilo Lopes ou Bruno Magalhães, cujas dificuldades em conseguir levar a bom porto os seus intentos são enormes.
Com a actual conjuntura económica do país, não se prevê nada fácil quer para os participantes no campeonato, quer para outros pilotos com intenções de virem a alinhar nas proximas provas, conseguirem viabilizar os seus projectos deixando no ar uma nuvem negra a pairar sobre o CPR, uma cometição que parecia ter tudo para renascer das cinzas, mas cuja euforia gerada não corresponde à realidade que poderá ser bem mais cinzenta.
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