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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Campeonato de Portugal de Ralis: que futuro?

O Rali Serras de Fafe, que abriu este ano as hostilidades no Nacional de Ralis foi uma prova de grande nível. 3 factores fundamentais contribuíram para a espectacularidade deste rali: um excelente lote de pilotos inscritos; o regresso dos S2000 ao panorama nacional e consequentemente, muito público presente. Esta junção de 3 factores contribuiu para que o Campeonato de Portugal de Ralis passasse a ser visto repentinamente como rejuvenescido, renascido e com um crescente interesse geral. Quem se deslocou a Fafe, certamente não deu o tempo por mal empregue, tendo assistido a um rali muito bem disputado, em troços excelentes onde não faltou muito espectáculo e onde até o tempo ajudou ao brindar o rali com o solarengo dia.
No entanto, olhando para o futuro, encontram-se mais dúvidas do que certezas. A mediatização em torno da primeira prova colocou a fasquia num elevado patamar no qual o CPR poderá não se aguentar. De facto, dos projectos presentes em Fafe, poucos têm garantida a continuidade. Os nomes de Pedro Meireles, Miguel Barbosa, Ricardo Moura ou Ivo Nogueira parecem, para já os projectos mais sólidos. No caso de Miguel Barbosa, embora não haja qualquer confirmação, acredita-se que possa mesmo evoluir para um mais competitivo S2000 por troca com o actual Mitsubishi, tal como Moura, que também poderá mudar de carro.
Porém, há neste momento ainda muitas incertezas. A começar pelo vencedor do Serras de Fafe, Bernardo Sousa afirma que não tem garantida a presença em mais nenhuma prova do campeonato. O piloto madeirense, que alinhou em Fafe com um Peugeot 207 S2000 despido de patrocinios refere que  "a presença em Fafe serviu para demonstrar o profissionalismo e competitividade do projecto" e a vitória poderá ser um óptimo passo nas negociações com os patrcinadores. Apesar de assumir que gostava de lutar pelo título, Bernardo Sousa adianta que não tem neste momento garantida a presença em mais nenhuma prova, tendo agora cerca de 3 meses para tentar encaminhar o seu projecto.
Outro dos regressados ao CPR é Miguel Campos. A alinhar em Fafe com uma solução de recurso, um Mitsubishi Lancer Evo X, o piloto de Famalicão tenta nesta altura viabilizar a presença no restante campeonato ao volante de um Peugeot 207 S2000 mas não vai deixando de dizer que "Não há apoios e sem eles não é possível correr. Vou continuar a tentar tudo para estar presente nas próximas provas, mas de momento não tenho nada confirmado".
Já quanto a José Pedro Fontes, a participação em Fafe deverá ter sido mesmo a sua unica incursão pelos ralis. O piloto do Porto refere que a sua prioridade para este ano são os GT's e que a participação no rali da Demoporto serviu apenas para demonstrar o seu apoio e dar um contributo ao campeonato. Com o 4º lugar alcançado, Fontes não escondia a sua motivação: "Penso que não conseguiria fazer melhor do fiz nesta prova em Fafe e terminei na posição que esperava, provando que posso ser competitivo face a pilotos que estão mais ativos nos ralis do eu. Agora não sei se irei fazer mais algumas coisa nos ralis".
Por seu lado, Fernando Peres, presente no Rali Serras de Fafe com um Mitsubishi Lancer Evo IX deverá ter encerrado as suas participações no CPR canalizando agora os meios para as provas do Open, onde deverá ser uma presença assídua.
A estes nomes podem juntar-se outros já a partir das próximas provas, como os casos de Adruzilo Lopes ou Bruno Magalhães, cujas dificuldades em conseguir levar a bom porto os seus intentos são enormes.
Com a actual conjuntura económica do país, não se prevê nada fácil quer para os participantes no campeonato, quer para outros pilotos com intenções de virem a alinhar nas proximas provas, conseguirem viabilizar os seus projectos deixando no ar uma nuvem negra a pairar sobre o CPR, uma cometição que parecia ter tudo para renascer das cinzas, mas cuja euforia gerada não corresponde à realidade que poderá ser bem mais cinzenta.

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