Com o arranque da edição 81 do Rali de Monte Carlo, o Campeonato do Mundo de Ralis entrará numa nova fase da sua existência. Novos regulamentos, um novo construtor envolvido, um novo promotor que terá a difícil missão de devolver aos ralis toda a popularidade do século passado, muitos jovens valores a despontar e sobretudo a certeza que no final do ano o campeão não será o mesmo dos últimos 9 anos.
A época de 2013 promete por isso atrair bastantes atenções, pois com a presença em apenas 4 eventos do pluri-campeão Sebastien Loeb, haverá um caminho livre para maior competitividade com vários pilotos em condições de discutir as vitórias.
As forças em presença
VOLKSWAGEN MOTORSPORT
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A Volkswagen será à partida a equipa onde todas as atenções estarão focadas. Uma nova equipa a estrear um novo carro e com uma das melhores duplas de pilotos. Sebastien Ogier e Jari-Matti Latvala partem em pé de igualdade no seio da equipa alemã e terão ao seu dispor o novo Polo R WRC, um carro testado à exaustão em diversas condições, em diversos países. Com um programa de testes a contar com 16 000 quilómetros de rodagem, o carro alemão coloca-se já numa fasquia elevada e apresenta-se em Monte Carlo na máxima força.
Sebastien Ogier foi o principal responsável pelo desenvolvimento do carro ao longo da época transacta e estará perfeitamente à vontade com o modelo alemão. Após a saída da Citroen e com um ano inteiro de trabalho no novo Polo, Ogier parte com enorme ambição e caso a fiabilidade do Polo esteja à altura, o piloto francês será um dos fortes candidatos aos lugares cimeiros.
Por seu lado, Latvala faz da sua impressionante rapidez ao volante a sua principal arma. No entanto o piloto finlandês tem um historial bastante irregular onde as saídas de estrada são o seu "calcanhar de Aquiles". O menor conhecimento do carro devido ao reduzido numero de quilómetros em testes também não irão ajudar, mas Latvala tem uma enorme garra ao volante e não se deixará certamente intimidar.
A Volkswagen apresenta ainda um 3º Polo R WRC confiado a Andreas Mikelsen. O piloto norueguês não terá um programa de participações completo pelo que não terá a pressão de mostrar resultados e isso será um incentivo para que Mikelsen possa mostrar o seu talento ao volante.
CITROEN TOTAL ABU DHABI WRT
A Citroen será talvez a equipa em que recairá a maior pressão de resultados. Fruto de quase uma década de títulos graças ao quase imbatível Loeb, o construtor francês vê-se agora a braços com a missão de mostrar que os resultados não foram apenas fruto do talento do seu piloto e com Loeb a efectuar apenas 4 ralis no ano, caberá a Mikko Hirvoven e Dani Sordo levar o "double chevron" a novas vitórias.
Hirvonen tem este ano a possibilidade de sair da sombra de Loeb e mostrar o que vale, sendo ele um natural candidato às vitórias em todos os ralis, dado o conhecimento do carro e o seu talento polivalente.
Quanto a Dani Sordo, este regresso à Citroen poderá significar o encontro com as vitórias no Mundial. Depois de um ano ao volante do Mini oficial e perto de conseguir a sua primeira vitória no WRC, Sordo tem agora no DS3 um aliado perfeito para o conseguir, sobretudo nos pisos de asfalto, onde o piloto espanhol se sentirá mais à vontade.
A Citroen apresenta este ano também as suas novas cores. Abu Dhabi entra na equipa e Kalid Al-Qassimi junta-se também para disputar algumas provas no WRC. Contudo, o piloto de Abu Dhabi estará concentrado sobretudo no Campeonato de Ralis do Médio Oriente onde competirá com um Citroen DS3 RRC oficial.
QATAR M-SPORT WRT
A M-Sport será a 3ª força em presença. A equipa chefiada por Malcom Wilson conseguiu não só assegurar a continuidade dos Fiesta WRC no Mundial como também o seu desenvolvimento graças ao apoio da Ford que, apesar da saída enquanto construtor, não deixará de dar apoio técnico à M-Sport de modo a tornar os Fiesta cada vez mais competitivos. O precioso apoio vindo do Qatar pelas mãos de Nasser Al-Attiyah é também uma lufada de ar fresco no processo de desenvolvimento do carro.
A equipa britânica apresenta-se com Mads Ostberg como figura central. O jovem piloto norueguês demonstrou grande competitividade num Fiesta privado em 2012 e terá que comprovar agora o seu valor num dos Fiesta oficiais. A vitória no Rali de Portugal foi a sua primeira vitória no Mundial e a passagem a piloto oficial abre caminho para que novas vitórias estejam ao seu alcance.
Outro dos pilotos que herdaram o lugar de oficial fo Evgeny Novikov. O jovem prodígio da Rússia tem já alguma experiência ao volante do Fiesta e a sua natural rapidez é conhecida, pelo que a concorrência terá que contar com ele. No entanto, a fogosidade própria da sua juventude pode ser um senão na ascensão do piloto e na sua conquista de resultados.
Thierry Neuville é o 3º piloto da equipa. O jovem belga muda-se da Citroen para a Ford em busca da sua afirmação, após um passado recente recheado de resultados brilhantes, quer no IRC quer no WRC com o Citroen DS3. Tal como Novikov, a Neuville será necessário aliar à rapidez, a maturidade e serenidade suficientes para que os resultados surjam.
A M-Sport apresenta-se ainda com um 4º carro entregue a Juho Hanninen embora o piloto finlandês apenas tem asseguradas 2 participações.
Além das três equipas oficiais, apresentam-se à partida do Mundial de 2013 um leque de "outsiders" que poderão ter uma palavra a dizer.
A encabeçar este lote de equipas surge a WRC Mini Motorsport Itália. O polaco Michael Kosciuszko será o responsável pela continuidade do Mini JCW WRC no Mundial. Denominada Lotos WRC Team, a equipa do Kosciuszko herda o lugar deixado vago por Chris Atkinson na época passada e levará o Mini aos 13 eventos do calendário.
Martin Prokop é outro dos "outsiders" de luxo. Com um bem preparado Fiesta WRC e com um orçamento invejável para um privado, o Czech National Team de Prokop será um valor a ter na luta pelos lugares cimeiros fazendo da regularidade o seu principal trunfo.
Alem destes, nomes como Nasser Al-Attiyah, Bryan Boufier ou Julien Maurin poderão apresentar-se pontualmente nesta temporada para baralhar as contas finais de cada rali.
O WRC 2013 contará ainda com 6 competições distintas. Os novos WRC 2 e WRC 3 vêm substituir os antigos SWRC e PWRC. Por seu lado a WRC Academy volta à denominação original, a Junior WRC.
A Motorsport Itália será a responsável pela Ralliart Italy Cup, uma competição de 6 ralis disputada com os Mitsubishi Lancer Evo X.
A Rally Class, organizada pela Symtech colocará em 6 ralis os Subaru Impreza de Grupo N. Para terminar, a Citroen leva a cabo a competição Top Driver, um troféu disputado em concordância com oWRC 3 e que se servirá dos pequenos DS3 R3.
O Mundial de Ralis arranca já entre os dias 16 e 20 de Janeiro com a diputa do mítico Monte Carlo estendendo-se depois ao longo de mais 12 ralis repartidos pela Europa, América Central e do Sul e Oceania.
A primeira prova do ano teve já hoje a disputa do Shakedown onde o jovem "lobo" da Ford Thierry Neuville conseguiu a melhor marca. O Rali de Monte Carlo promete muita animação principalmente pelas tradicionais classificativas monegascas se apresentarem com muita neve e gelo, o que aumenta a incerteza quanto ao vencedor.
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