Passaram desde então uma série de anos, os suficientes para me sentir velho e sem vontade de contar quantos foram mas isso também não importa nada. O importante é que este ano, a convite do Renato, fui acompanhar a sua participação na Taça de Portugal de Ralis, no Algarve.
Nunca tinha estado por dentro de um rali no papel de assistência e este desafio lançado pelo Renato era uma oportunidade de vivenciar algo diferente. Depois de estudar a agenda e de conciliar os meus afazeres com este rali, dei o ok e esperei pela data (com alguma ansiedade, confesso).
Dia 1, a viagem
Chegado o momento lá vou a caminho do aeroporto com aquele entusiasmo próprio de um menino prestes a receber um presente.
O avião rapidamente enche, tipo sardinha em lata mas nem isso me esmorece do objectivo. Pelo meio uma escala em Lisboa mesmo a tempo de jantar e depois outra longa espera até novo embarque rumo a Faro. A hora vai já adiantada com um atraso no voo a ajudar à festa, mas lá consegui finalmente chegar ao Sul, já depois da meia noite.
Dia 2, preparativos
Sem contratempos ou sobressaltos, o dia ainda permitiu um pequeno passeio pela zona ribeirinha de Portimão, a aproveitar o lindo sol com que o Algarve nos brindou. Tudo pronto para a ação!
Dia 3, que comece a competição
As duas classificativas inaugurais foram superadas com distinção pela nossa dupla que prontamente se colocou na dianteira da classificação reservada aos 2 rodas motrizes. Estava a correr bem e eu já "tinha vestido a camisola" da equipa pois estes resultados fizeram-me vibrar.
Chegados ao final do dia e à Super Especial de Lagos, entra o tal facto muito positivo de ser quase ultimo na estrada. A partida para esta super especial era dada por ordem inversa e por isso o Renato e o Rui foram dos primeiros a disputar o curto traçado e assim darem por encerrado o dia ainda bem cedo, sem prolongar o serão. Isto significou que pudemos desfrutar mais cedo do conforto do hotel e descansar para a longa segunda etapa.
Dia 4, a vitória
O segundo dia de rali começou bem cedo nos espetaculares troços de Monchique. Apesar de um amanhecer carregado de neblina e de muita humidade no chão, a nossa dupla não se intimidou e continuou a explorar as capacidades do Peugeot 208 Rally4 (que grande maquina este carrito!!), dilatando paulatinamente a sua vantagem nas 2 rodas motrizes.
Voltando à história, após a conclusão de "Chilrão 2" regressamos a Lagoa e à assistência enquanto os bravos arrancavam para o derradeiro troço de montanha - Monchique 2 - antes da Super Especial de encerramento em Portimão.
Claro que toda a viagem foi feita agarrado à pagina de tempos online mas... faltava o tempo dos nossos rapazes. Um "refresh" à pagina e nada. Continuava sem cair o tempo do Renato e do Rui, precisamente na ordem em que devia cair o tempo deles. E mais nenhum tempo estava a entrar. Novo "refresh", e tudo parado. Comecei a fervilhar, a pensar que algo de errado se passava. O que teria acontecido? Porque é que eles não aparecem?" E a nervoseira a aumentar. Passaram 5, 10 minutos e nenhuma outra equipa aparecia na pagina de tempos (propício a pensar que o rali tinha parado quando os nossos rapazes estavam em prova). E de repente toca o telefone! Era o Renato e todo eu estremeci. Será que é para dizer algo menos bom? Atendi... e aqui novamente fica explicita a sensibilidade e a tranquilidade que o homem tem:
"Miguel, a página dos tempos está bloqueada mas já terminamos, está tudo bem, baixamos 2 segundos. Era só para vos deixar tranquilos"... (UFAAAA!! Respira de alívio, Mike!).
Restava então a Super Especial final e depois um desfile de todos os concorrentes até à apoteótica cerimônia do pódio realizada em pleno coração de Portimão. Estava concluído o rali, estava consumada a vitória! E a satisfação de ter vivido ao vivo, em direto e a cores este evento que muito me agradou.
Tempo para cumprimentar o Rui e o Renato. Parabéns por esta espetacular prova!
Dia 5, o regresso
Que nem sei bem se foi ao quinto dia ou se ainda foi no quarto dia, tal foi o esforço para madrugar a horas "pornograficamente" noturnas. Mas tinha de ser pois o avião de regresso não ia esperar.
Obrigado Renato Pita, Filipa Pando, Rui Moreira! Vemo-nos em breve no Rali de Viana do Castelo...
Parabéns Miguel, os dotes não são só de codriver, a escrita está-te também no sangue.
ResponderEliminarMuito obrigado pelas palavras, "amigo anónimo"
EliminarParabéns, excelente crónica
ResponderEliminarMuito obrigado
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