O norueguês Mads Ostberg foi declarado vencedor da edição de 2012 do Vodafone Rali de Portugal. O jovem piloto, ao volante de um Ford Fiesta WRC acabou por ser o mais feliz num rali cheio de incidencias desde o inicio.
Cumprida a super-especial de Lisboa que esteve repleta de espectadores, os pilotos fizeram três classificativas à noite que tiveram muitos incidentes. Várias equipas tiveram saídas de estrada, enquanto outras sofreram com problemas técnicos nos seus carros, muito devido ao facto dos troços serem realizados à noite e das condições climatéricas terem sido instáveis. O destaque foi para o espectacular acidente de Sébastien Loeb.
O francês capotou o Citroën DS3 WRC e foi forçado a abandonar a prova na terceira especial. Para alem de Sébastien Loeb, houve mais pilotos que não conseguiram chegar ao Estádio do Algarve. Dani Sordo foi um deles. O espanhol abandonou após a segunda classificativa do dia com problemas eléctricos no Mini, razão pela qual os faróis falhavam. Outros conseguiram levar o carro até à assistência, mas com bastante sacrifício. O motor do Ford de Martin Prokop nunca funcionou em pleno. Sébastien Ogier teve problemas de embraiagem e, posteriormente, eléctricos no Skoda Fabia S2000. Por fim, Armindo Araújo saiu de estrada logo na primeira especial da noite e confessou-se frustrado por terminar a etapa na 32ª posição da geral.
O segundo dia do Vodafone Rally de Portugal tornou-se caótico, face às condições atmosféricas, com os homens da frente a saírem da estrada.
Com a chuva e o nevoeiro a ser presença quase constante a aderência diminuiu e as saídas de estrada sucederam-se e os pilotos terminavam a 5ª especial espantados com as condições em que a mesma decorreu.
Ott Tanak e Hayden Paddon saíram da estrada, mas o abandono mais significativo foi o de Jari-Matti Latvala que bateu uma pedra a 1300 metros do final da especial, numa altura em já vinha a perder tempo para os mais rápidos. No troço seguinte era a vez de Petter Solberg sair de estrada. O norueguês tinha assumido o primeiro lugar no troço anterior, em que Latvala saiu da estrada, mas não conseguiu segurar essa posição porque em Alcarias também perdeu o controlo do Ford Fiesta WRC, saiu de estrada e ficou com o carro preso sem conseguir voltar à competição. Com todos estes incidentes, quem benificiava era Mikko Hirvonen que se instalava no comando da prova confortávelmente, seguido por Mads Ostberg e pelo russo Evgeny Novikov.
Devido às difíceis condições climatéricas, a organização acabaria por anular as segundas passagens previstas para os três troços do dia deixando a competição parada até ao dia seguinte.
A partir daqui o rali perdia o interesse desportivo e Hirvonen limitava-se a controlar a sua vantagem e a não cometer excessos rumo a uma vitória que se adivinhava fácil. Latvala e Petter Solberg, regressados em Super Rally, voavam nas especiais de sábado e, se Latvala não conseguia recuperar muito terreno devido a problemas mecânicos, já Solberg impunha um ritmo que lhe permitia ascender na classificação geral até ao 5º posto, muito próximo do 4º classificado, Nasser Al-Attiyah.
O ultimo dia de prova começava com algum sol, deixando antever uma etapa descontraída para os pilotos. No entanto, a chuva voltava a aparecer de forma intensa colocando às equipas maiores dificuldades. Na frente, nada de novo, com Hirvonen a controlar, seguido por Ostberg e Novikov. Destaque para o furo de Al-Attiyah que o fez perder o 4º posto para Petter Solberg.
A derradeira classificativa era a Power Stage, troço que garantia pontos extra para os três mais rápidos. E quem melhor conseguiu lidar com as condições do troço, que começou a ficar muito enlameado à medida que a chuva caía, foi Dani Sordo.
Um dos primeiros na estrada, o espanhol do Mini WRC fez o tempo de 3m10,4s no traçado com 5,8 km de extensão e somou os três pontos correspondentes ao primeiro lugar. Depois da sua passagem, a chuva aumentou de intensidade e Sordo ficou com a vitória praticamente garantida naquele momento.
Jari-Matti Latvala, que tinha passado antes, foi quem ficou mais próximo. Mas os 0,3s que demorou a mais impediram-no de vencer. O finlandês ficou com em segundo e garantiu dois pontos. Ott Tanak foi o terceiro mais rápido e arrecadou o ponto que restava. Com a especial a ficar cada vez mais difícil, nenhum dos pilotos que passou a seguir foi capaz de bater o tempo de Sordo. Na geral, a vitória foi para Mikko Hirvonen. O finlandês ficou com uma vantagem de 1m51,8s sobre Mads Ostberg, que ficou em segundo, mesmo depois de ter tido uma série de problemas no seu Fiesta WRC ao longo do fim-de-semana. Evgeny Novikov ficou em terceiro apesar do pedal do acelerador ter deixado de funcionar em condições na penúltima especial. O quarto posto foi para Petter Solberg, enquanto Nasser Al-Attiyah fez tudo para merecer o quinto lugar em que concluiu a quarta etapa do campeonato do Mundo de ralis.
O golpe de teatro acabaria por vir já depois de terminado o rali. Nas verificações finais, os Comissários Desportivos detectaram anomalias na embraiagem do Citroen de Mikko Hirvonen e o finlandês acabaria desclassificado, oferecendo a vitória a Ostberg. Deste modo, Novikov terminaria em 2º na frente de Petter Solberg. Armindo Araújo, autor de uma prova repleta de problemas, limitou-se a levar o Mini WRC ao final, terminando no 15º posto. Com este desfecho, a Citroen tornou público que iria apelar da decisão pelo que a classificação final à geral ficou suspensa.
Hayden Paddon foi o vencedor na SWRC. O neo-zelandês levou o Fabia S2000 à vitória benificiando do azar final de Yazeed Al-Rajhi que comandava na estreia do Fiesta RRC até uma falha mecânica perto do fim o obrigar ao abandono. O polaco Maciej Oleksowicz ficou na 2ª posição na frente do português Pedro Meireles que, na estreia do Mitsubishi Lancer Evo X R4 obteve um pódio brilhante na SWRC a que juntou a vitória no CPR.
Alistair Fisher venceu a ronda inaugural da FIA WRC Academy. A prova terminou após a primeira secção do terceiro dia de competição do Vodafone Rally de Portugal. O britânico superou todas as dificuldades ao longo da prova, nomeadamente as difíceis condições que tantas baixas provocaram no dia de ontem. Nota ainda para João Silva que perdeu muito tempo devido a uma saída de estrada e acabou a sua primeira prova na FIA WRC Academy em oitavo.
Destaque ainda para as provas de suporte do Rali de Portugal. Os Clássicos foram os primeiros a medir forças na super-especial de Lisboa e foi José Grosso quem dominou os acontecimentos.
O piloto do Ford Escort RS 2000 esteve sempre no topo da classificação e, na final, fez o tempo de 2m07,5s, batendo Aníbal Rolo, em Renault 5 Turbo, por 1,4s. Américo Antunes, que também participou com um carro da marca francesa, ficou em terceiro, a dois segundos de Grosso. Rui Salgado foi o último no derradeiro embate e ficou com o quarto lugar.
No total, os milhares de espectadores que estiveram presentes na Praça do Império, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, assistiram ao confronto de 23 equipas com carros tão diferentes como um Porsche 911 Coupé, um Fiat 124 Spider, um Audi Quattro ou um Datsun 1800 SSS.
Na prova do Open, que se disputou apenas na segunda etapa com uma passagem por cada um dos3 troços cronometrados, Orlando Bule foi o vencedor fruto de um andamento regular e consistente. Luis Mota ficaria arredado da vitória devido a um furo enquanto Ricardo Teodósio, autor de um andamento ao nível do mundial, acabaria desta vez fora de prova devido a um capotanço, felizmente sem grandes consequências.
A classificação final do Rali de Portugal pode ser consultada aqui.
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