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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

CRÓNICA: "ANDEI NUM AVIÃO!"


Autorrotulando-me eu como uma espécie de purista dos ralis, é mais ou menos conhecida a minha preferência por ralis longos, com muitos quilómetros e muitas classificativas, bem à moda antiga, dos tempos em que despertei os sentidos para esta fascinante modalidade.

Assim sendo, e ainda mal refeito das muitas emoções vividas em Vouzela e Viseu (um rali para recordar!!), recebo um telefonema para saber da disponibilidade de correr no Vizela Motor Festival. Confesso que (sem querer tirar qualquer valor ao evento) esta não era uma prova que me fascinasse assim tanto pelo seu formato super compacto com umas mini-classificativas e uma super especial citadina, ideais para recriar o ambiente dos ralis… sem ser exatamente um rali daqueles como eu gosto.

Contudo, tendo em conta a consideração que nutro pelas gentes de onde veio o convite, acedi. Tive já o privilégio de navegar o grande Francisco Costa, um nome incontornável dos ralis, daqueles que me fizeram sonhar quando despertei para a modalidade nos longínquos anos 90 (quem não se lembra dos incríveis Renault Clio Maxi da Nicásio & Costa..?) e que passados todos estes anos por cá continua cheio de vitalidade, talento, motivação, e a proposta era agora navegar o seu filho Pedro.


Já conheço o Pedro há algum tempo, mas nunca tinha surgido a oportunidade de andar com ele no espetacular Clio F2000 e desta vez o momento aconteceu. Como isto das corridas às vezes tem muitos caprichos, o Pedro tem vindo a ser vítima de uma sucessão de contratempos mecânicos que o vão impedindo de materializar a sua vontade de correr e de mostrar aquilo que é capaz, e esse facto serviu também de tónico motivador para dar o meu contributo na progressão do piloto e tentar ajudar a “levantar o astral” não só do Pedro e do seu pai Francisco, como também desta equipa incansável, a JJ Team, relativamente a este “avião” azul e amarelo.

Lá fomos reconhecer o percurso e de imediato a primeira impressão com que fico é a simplicidade das notas que o Pedro usa, portanto dali não iria vir nada com o qual eu não estivesse já familiarizado. Mas a verdadeira emoção era a bordo do Clio F2000, uma verdadeira máquina de corridas que, acredito, irá dar muitas alegrias a esta equipa.

Com a particularidade dos troços serem verdadeiramente curtos, tentamos desfrutar a cada metro e mal iniciamos a primeira classificativa, noto desde logo um ritmo muito bom, um andamento muito vivo e bastante destreza para o volante por parte do meu novo piloto (certamente herdou do pai o jeito para conduzir). 

Troço após troço, notava evolução, notava um Pedro Costa bastante à vontade, notava velocidade e notava que aos poucos a satisfação apoderava-se de nós: os tempos por PEC eram bons, o Clio estava a colaborar na perfeição e eu estava a sentir-me bem com o conjunto.


O carro é uma delícia, seja pelo som de um verdadeiro atmosférico, seja pelas sensações que transmite. Anda bem, trava bem, curva bem, tem boa suspensão, tem uma caixa de velocidades daquelas que dão vicio… um carro de corridas a valer que, aliado à pilotagem segura mas aguerrida do Pedro Costa, me fez desfrutar muito nesta curta experiência.

Como o mini rali era mesmo mini, não dá para prolongar muito mais a escrita, mas acreditem, as emoções prolongaram-se bem pois cumpriram-se objetivos, a dupla funcionou, e não fossem alguns segundos perdidos com 2 piões em que o carro se desligou, o resultado final seria muito positivo. Ainda assim, um balanço muito positivo para todos.

Resumidamente aquele que era um evento que não me cativava assim tanto, acabou por ser um evento que gostei bem mais do que esperava. E desta forma, a segunda parte desta aventura está marcada já para os dias 1 e 2 de Outubro, onde farei novamente equipa com o Pedro Costa nesse “avião” que é o Clio F2000 no Rali de Famalicão. Motivado? Sim… muito…

Até breve…

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